segunda-feira, 31 de maio de 2010

Antonio Abujamra

"cultura é tudo aquilo que o homem criou pra tornar a vida vivível e a morte defrontável."


Não há melhor entrevistador no Brasil igual a esse cara. Ele é fenomenal! Seu programa? Provocações, exibido na TV Cultura. Humor inteligente e corrosivo, não tem medo de perguntar. A cada quadro recita trechos de poemas, vale a pena conferir.

“Olhe para aquela câmera e com a liberdade que a televisão não te dá diga o que quiser”. “Enforque-se na corda da liberdade”. “A vida é sua, estrague-a como quiser”. Muito provocante, não?

Frases dele

"O que é a vida? Nada mais que uma causa perdida”.

“O sonho não deve passar de uma noite”.

No fim do programa, costuma dizer. “Agora me dá um abraço que é a única coisa falsa desse programa”.


Atualmente fez no cinema um personagem, na verdade o único personagem do filme "Solo" do diretor Ugo Giorgetti (Boleiros, entre outros).
O filme é um monólogo para cinema. Imaginem um senhor de 70 anos que chega num ponto de sua vida e começa a analisar tudo aquilo que ele já viveu e vai contando ao seu espectador. Deve ser uma experiência extraordinária.

O filme possui uma única sessão diária na cidade de São Paulo, apenas no espaço Unibanco. Abaixo segue o link do trailer do filme:

http://www.youtube.com/watch?v=GQW7g8PkiGM

Hoje é segunda-feira...

Muitos não gostam, mas só pra contrariar, devo dizer que é o meu dia preferido da semana.

Esse muleque está louco! dirão alguns.
Perdeu o senso! dirão outros.

Mas é verdade. Fim de semana é bom, mas quer mais chatice que o domingo. Não se aproveita quase nada. Na segunda querendo ou não, mesmo sabendo que tem que trabalhar, estudar etc, a gente acorda com outra disposição. É o dia de tirar sarro por causa do futebol do fim de semana, reencontrar os colegas e colocar o papo em dia.

Aí vai se passando a semana, terça é dia de branco, esse sim, não acontece nada, quarta é meio de semana, não fica e nem vai, quinta é quando tudo da semana vem sendo acumulado, a gente quase nem consegue sair da cama, sexta então é mais sacrifício ainda, porém a gente até sai da cama com uma certa força porque é começo de fim de semana, e sábado e domingo a gente está tão cansado que nem aproveita direito, aliás, aproveitamos pra descansar e acordar no pique na SEGUNDA-FEIRA!.

Viram, a gente se esforça pra curtir a segunda-feira!

Experimentem sentar numa mesa de bar ou em um buteco e beber uma cerveja em plena segunda-feira. Não há sensação melhor. O gosto da loira é melhor. Talvez porque seja segunda-feira e acabe sendo uma proibição beber nesse dia, mas sem dúvida alguma:

VIVA A SEGUNDA-FEIRA!!!!!!!!!!!

terça-feira, 25 de maio de 2010

25 de maio - Dia do Orgulho Nerd

Fica a dica!

O Dia do Orgulho Nerd, ou Dia do Orgulho Geek é uma iniciativa que advoga o direito de toda pessoa ser um nerd ou um geek. Teve origem na Espanha ("dia del orgullo friki").

O dia do orgulho nerd é celebrado em 25 de maio desde 2006, comemorando a première do primeiro filme da série Star Wars, em 1977. (Fonte Wikipedia)



Aproveitando o momento, vou indicar uma das série mais vista atualmente, e que tem como assunto central, o mundo nerd (ou geek).

"The Big Bang Theory" é uma série norte americana que passa no canal CBS, e é transmitida no Brasil pela Warner Channel. A série faz uma sátira ao mundo dos nerds, através dos jogos, games, séries clássicas, como Star Wars, Star Trek, BattleStar Galactica, entre outras, e além disso tudo, satiriza a interação dessas pessoas com a sociedade, principalmente a feminina. A série está na terceira temporada (ultimo episódio foi transmitido ontem nos EUA, o último desta temporada), a série retorna sua quarta temporada a partir do mês de setembro.
Pra quem nunca assistiu, vale dar uma olhada, pra quem já é fã, só nos resta esperar o episódio seguinte.


Feliz Dia do Nerd - auahauaauahauahauaua

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Ainda sobre a língua portuguesa

Como és bela essa nossa língua mãe; por um momento adoremos Olavo Bilac:


Via Láctea

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso"! E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora! "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las:
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".




Como quisesse livre ser

Como quisesse livre ser, deixando
As paragens natais, espaço em fora,
A ave, ao bafejo tépido da aurora,
Abriu as asas e partiu cantando.

Estranhos climas, longes céus, cortando
Nuvens e nuvens, percorreu: e, agora
Que morre o sol, suspende o vôo, e chora,
E chora, a vida antiga recordando ...

E logo, o olhar volvendo compungido
Atrás, volta saudosa do carinho,
Do calor da primeira habitação...

Assim por largo tempo andei perdido:
— Ali! que alegria ver de novo o ninho,
Ver-te, e beijar-te a pequenina mão!




Um beijo

Foste o beijo melhor da minha vida,
ou talvez o pior...Glória e tormento,
contigo à luz subi do firmamento,
contigo fui pela infernal descida!

Morreste, e o meu desejo não te olvida:
queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,
e do teu gosto amargo me alimento,
e rolo-te na boca malferida.

Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,
batismo e extrema-unção, naquele instante
por que, feliz, eu não morri contigo?

Sinto-me o ardor, e o crepitar te escuto,
beijo divino! e anseio delirante,
na perpétua saudade de um minuto....



Assim que deve ser, a língua bem tratada, sem humilhações descaradas!!


Só para contrapor:


"Poética" - Manuel Bandeira

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto espediente protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor.

Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo.

Abaixo os puristas.
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis

Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo.

De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Shakespeare.

- Não quero saber do lirismo que não é libertação.

21 de maio - Dia Nacional da Língua Portuguesa

Língua e história
O português falado e escrito no Brasil recebeu a influência e a contribuição de diversas outras línguas, especialmente das diversas variações do tupi falado pela maioria das nações indígenas que aqui vivia antes da chegada do colonizador, bem como do idioma ioruba dos povos africanos jejes e nagôs que para cá foram trazidos como escravos. Trata-se de um longo processo que se estendeu ao longo de quase quatro séculos.

No entanto, não foram só as influências africanas e indígenas que ajudaram a moldar o português do Brasil. No século 19, nossa língua também foi influenciada pelo francês, que era falado pelas elites intelectuais do país. Já no início do século 20, vieram as contribuições dos imigrantes, em especial dos italianos, que se estabeleceram nas regiões Sudeste e Sul. Em matéria de línguas estrangeiras, é a influência do inglês que se faz sentir mais notadamente entre o fim do século passado e o atual.

A língua, portanto, é um fenômeno dinâmico, que está sempre evoluindo e se modificando. Desde as origens do português (e de todas as línguas) tem sido assim. A língua portuguesa originou-se do latim, o idioma que o Império Romano difundiu por todo o continente europeu por volta do século 3 a.C. E convém lembrar que esse latim já havia sido bastante influenciado pelo grego, uma vez que a civilização helênica tornou-se um modelo para Roma.

Línguas neolatinas
De qualquer modo, à medida que se afastou do seu centro de difusão, Roma, e se espalhou pelo continente, o latim foi sofrendo modificações e influências de línguas locais e regionais e passando por transformações. As mudanças não decorriam somente de fatores geográficos, mas ainda históricos: a passagem do tempo também contribui para que uma língua se altere. E a alteração pode ser tanta, que ela acaba se tornando outra.

Com o latim essas transformações ocorreram devem ter ocorrido e se acelerado entre o fim do Império romano do Ocidente (século 4 d.C.) e a Idade Média. Deram origem às línguas neolatinas, grupo que abrange principalmente o espanhol,o francês, o italiano, o português e o romeno, mas também o galego, o catalão e o provençal.

O português desenvolveu-se na península Ibérica. Diferenciou-se do que viria a ser o espanhol no século 9, quando o Condado Portucalense se desmembrou dos reinos de Leão e Castela, num processo que originou, respectivamente, Portugal e a Espanha. A língua portuguesa dessa época - o português arcaico - ainda diferia bastante da que falamos hoje.

Gramática e Acordo Ortográfico
Somente por volta do século 16 o português ganhou sua forma "atual", encontrando sua maior expressão escrita em "Os Lusíadas", poema épico de Luís de Camões, que se transformou na principal referência para o estabelecimento de uma gramática da língua portuguesa. Por gramática, pode-se entender o conjunto de normas que determinam o uso de uma língua de modo a uniformizá-la, a torná-la comum e compreensível para todos os que a têm como língua materna.

Essa idéia de uniformização da língua portuguesa ganha um especial destaque no ano de 2008, quando se concluiu o Acordo Ortográfico que pretende padronizar e unificar o modo de se escrever as palavras do português nos países em que hoje ele é falado.

No presente, além de Portugal e do Brasil, o português é a língua nacional de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, e Timor Leste. Trata-se da quinta língua mais falada no mundo contemporâneo. Ela é um patrimônio comum a mais de 200 milhões de falantes no mundo inteiro.

A idéia que está por trás do Acordo Ortográfico é a de que qualquer falante da língua, independentemente do país de que provém, possa se entender com os outros falantes do português em qualquer país onde ele é a língua nacional.


A seguir temos o poema escrito por Olavo Bilac e intitulado "Lígua Portuguesa"


Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela…

Amote assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Predestinação

Por um momento vamos filosofar.

Por um pensamento cartesiano, digamos que tudo e todos nascemos com um destino para nós traçado. É como se, no dia em que viemos para o mundo já temos todos os percalços que iremos passar, definidos.
Como na mitologia grega com as Moiras:

Na mitologia grega, as moiras (em grego antigo Μοῖραι) eram as três irmãs que determinavam o destino, tanto dos deuses, quanto dos seres humanos. Eram três mulheres lúgubres, responsáveis por fabricar, tecer e cortar aquilo que seria o fio da vida de todos os indivíduos. Durante o trabalho, as moiras fazem uso da Roda da Fortuna, que é o tear utilizado para se tecer os fios. As voltas da roda posicionam o fio do indivíduo em sua parte mais privilegiada (o topo) ou em sua parte menos desejável (o fundo), explicando-se assim os períodos de boa ou má sorte de todos. As três deusas decidiam o destino individual dos antigos gregos, e criaram Têmis, Nêmesis e as Erínias. Pertenciam à primeira geração divina (os deuses primordiais), e assim como Nix, eram domadoras de deusas e homens.

Considerando essa visão, chego a seguinte constatação, o time Sport Club Corinthians Paulista é um predestinado a nunca ganhar uma Taça Libertadores da América. Não é possível, já está desenhado esse destino, não vai mudar. Porque estou falando disso? O time que na semana passada eliminou o Corinthians, conseguiu perder no Maracanã, ontem a noite (quarta - 12/05). Quem é esse time? É o Flamengo.

Podem desencanar corinthianos, porque essa taça vocês nunca ganharão, está escrito...

Bazani - O Maestro da Ferroviária

Retirado do Blog do Torero do site UOL
http://blogdotorero.blog.uol.com.br/arch2010-05-01_2010-05-31.html#2010_05-13_09_13_17-10024933-0

"Zé Cabala e o homem-locomotiva"

"Quando cheguei à casa do grande mestre, ele não estava de turbante, mas com um boné de ferroviário. E montava um trenzinho elétrico.

Estranhei aquilo e perguntei: “Compraste um brinquedo, ó, grande sábio?”

Ele virou-se com um ar indignado e disse: “Isso não é um brinquedo, caro fliculário, é um método de combate ao estresse por alusão ao aspecto lúdico da infância.”

“Ah, claro, desculpe, mestre.”

“Tudo bem”, ele disse. E depois fez um um longo “piuiiiiiiii!” e ligou seu trenzinho.

“Hoje gostaria de falar com algum craque de um time fora do eixo Rio-São Paulo. Seria possível?”, perguntei.

“Moleza”, ele disse. Então começou a correr em volta dos trilhos de seu trenzinho enquanto fazia “tique, tique, tique, tique, piuiiiiiii, tique, tique”.

Depois de umas dez voltas, ele estancou e disse:

“Cheguei à estação.”

“Quem sois vós, ó, espírito?”

“Chamavam-me de Bazzani.”

“Olivério Bazzani Filho, o craque da Ferroviária? Aquele meia-esquerda que fez nada menos do que 244 gols?”

“Parece que você já ouviu falar de mim?”

“Tive um vizinho de Araraquara que sempre contava coisas sobre o senhor.”

“Ah, o povo de Araraquara foi bondoso comigo.”

“O senhor nasceu lá, não?”

“Não, na verdade, não. Nasci em Mirassol, em 1935.”

“Como era sua vida lá?”

“O meu programa de sábado era nadar num sítio, e nos outros dias eu estudava e jogava bola. Então eu comecei a pegar uma certa habilidade com a canhota.”

“E aí chamaram o senhor para o juvenil do Mirassol?”

“Isso. Nós tínhamos um time muito bom. Nosso treinador era dinâmico e começou a arrumar jogos de importância. Pegamos o Corinthians, por exemplo. Ganhamos de 3 a 1. Pegamos a Ferroviária e ganhamos de 8 a 0. Pegamos o time do Santos e ganhamos também de 8.”

“De lá o senhor foi para a Ferroviária?"

“Antes passei por Mogiana e Rio Preto. Cheguei à Ferroviária com 19 anos.”

“Sua família não se incomodou com sua opção pelo esporte?”

“De jeito nenhum. Minha família era de esportistas. Meu irmão, O Bazzaninho, jogou no São Paulo e no São Bento, minha irmã foi jogadora de basquete profissional e meu pai tinha sido zagueiro do Corinthians.

“A sua Ferroviária fez muito sucesso, não?”

“Fez. Era um timaço. Joguei muito com o Dudu, que depois foi para o Palmeiras. E logo em 55 conseguimos subir para a primeira divisão. O jogo decisivo foi contra o Botafogo de Ribeirão Preto. Ganhamos por 6 a 3 e eu fiz dois gols.”

“Como era sua vida em Araraquara, com 19 anos?”

“Ah, eu adorava ir ao cinema. O clube deu uma carteirinha para a gente que deixava entrar de graça. Então eu ia sempre, porque não estava acostumado. Era caipirão, né? Via bang-bang, tiroteio, romance… O meu favorito foi ‘E o vento levou...’”

“Naquele tempo a Ferroviária metia medo nos grandes?”

“Metia. Tanto que em 59 ficamos em terceiro lugar no Campeonato Paulista de Futebol, à frente de São Paulo, Corinthians e Portuguesa de Desportos. 59 foi um grande ano. Fui convocado para a Seleção Paulista e conquistamos o tetracampeonato de seleções. Num jogo, contra a Seleção Mineira, até deixei o Pelé no banco de reservas.”

“Que ano de sucesso!”

“Pois 60 não ficou devendo nada a 59. A Ferroviária era um time tão respeitado que fizemos uma excursão pela Europa e pela África, mais ou menos como o Santos. Enfrentamos times como Belenenses, Porto e Atlético de Madrid. Foram 20 jogos, com 17 vitórias, 2 empates e só uma derrota, para o Sporting.”

“Como era o seu estilo?”

“Eu era um meia-esquerda típico. Modéstia à parte, bem elegante. Fazia lançamentos longos, tinha um bom chute de longe e era venenoso nas cobranças de falta. Ah, e tinha uma qualidade rara: ajudava muito na marcação.”

“O senhor ficou a vida toda na Ferroviária?”

“Não. Em 1963 fui jogar no Corinthians. Fiquei lá até 65, mas não deu muito certo. Uma pena, porque eu também torcia pelo Corinthians. Foram 87 jogos e 15 gols. A verdade é que eu fui feito para a Ferroviária. E ela para mim. Tanto que em 64, quando eu não estava lá, ela caiu para a segunda divisão. Então em 66 voltei para a Ferroviária.”

“E como foi este segundo casamento?”

“Melhor que o primeiro. No mesmo ano voltamos à primeira divisão. E fui artilheiro do time com 16 gols. No jogo das faixas empatamos com Cruzeiro de Tostão e Dirceu Lopes por 2 a 2.”

“Nada mal.”

“Nada mesmo. E nos anos seguintes conquistamos o Tricampeonato do Interior, a maior glória da Ferrinha até hoje. Naqueles anos nós sempre ganhávamos dos grandes lá na Fonte Luminosa. Às vezes, até fora de casa. Por exemplo, teve uma vez que nós goleamos o Corinthians por 4 a 1 em pleno Pacaembu. Neste dia eu marquei duas vezes.”

“Vocês ganhavam até do Santos?”

“Claro. Em março de 71 goleamos o seu time por 4 a 1, lá em Araraquara. E era o Santos de Pelé, Edu e Clodoaldo. Fiz um dos gols. Sobrou uma bola lá na frente e eu disse: ‘Quer saber? Eu vou chutar daqui mesmo’. Rapaz, acertei um chute que o Cejas nem foi na bola. Aí saí correndo feito doido em volta do campo… Até hoje lembro dos vinte mil torcedores gritando meu nome. Ah, como eu amava aquela camisa grená, aquela camisa com cor de ferro, de terra...”

“O senhor parou com quantos anos?”

“Com 37, um ano depois dessa goleada em cima do Santos. Aí fui ser dentista. E em 72 também assumi o cargo de técnico das divisões inferiores do clube.”

“Chegou a ser técnico do time principal?”

“Doze vezes. Uma, inclusive, por dois, três anos. Em 1980 conseguimos chegar às finais da Taça de Prata de 1980 e fomos à semifinal do Campeonato Paulista de 1985.”

“A Ferroviária fez até um busto para o senhor, não fez?”

“Fez. Foi uma coisa linda. A inauguração foi no dia 18 de abril de 2007. Mas eu não pude ir. Já estava muito doente. Tanto que morri uns meses depois.”

“Mas, se tivesse ido, teria dito o quê?”

“O mesmo que disse no meu jogo de despedida, depois de ver as pessoas me aplaudindo.”

“E o que o senhor disse?”

"Me sinto orgulhoso em ter vivido e lutado por este time. A gente trabalha a vida toda para ter o reconhecimento que eu tenho aqui dentro. A Ferroviária significa minha vida".

“Puxa...”

“Não faça essa cara de choro. No jogo em comemoração ao busto, a Ferroviária ganhou de três a zero do Corinthians.”

“Até a sua estátua ganha dos grandes.”

“Não exagere, não exagere. Fui só mais um vagão desta grande locomotiva que é a Ferroviária. Piuiiiiii!”"


Belíssima homenagem a um gênio do futebol
Valeu Torero! Araraquara e a Ferroviária estão honradas com estas belas palavras.

Crônica de Uma Morte Anunciada

É com o título de um livro de Gabriel Garcia Marquez que pretendo falar um pouco sobre esse maravilhoso escritor latino-americano que deveria ser leitura obrigatória de qualquer brasileiro.

Sinopse: Aracataca (Colômbia), 6 de março de 1927
escritor, jornalista, editor e ativista político (fonte Wikipedia)

Sem dúvida um monstro da literatura mundial!
Escreve como poucos. É uma literatura diferente.

Seus principais livros:

Os funerais da mamãe grande
Cem anos de solidão (1967)
A incrível e triste história de Cândida Eréndira e sua avó desalmada
Olhos de cão azul
O outono do Patriarca
Crônica de uma morte anunciada (1981)
O Amor nos tempos do cólera (1985)
A aventura de Miguel Littín Clandestino no Chile
Doze contos peregrinos (1992)
Do amor e outros demônios (1994)
Obra periodística 1: Textos Andinos
Obra periodística 3: Da Europa e América
Memória de minhas putas tristes
Obra Jornalística 5: Crónicas, (1961-1984)


Em 1982 ganhou o Nobel de Literatura

Todos deveriam ler "Cem Anos de Solidão", mas para um começo, "Crônica de Uma Morte Anunciada" faz bem o seu papel.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Tentei resistir, mas não deu...

É óbvio que falarei de futebol!!!

Os temas: São Paulo, Corinthians, Santos e uma menção a gloriosa Ferroviária de Araraquara. E claro o selecionado de dunga.

São Paulo FC.
sem cometários
#FORA RICARDO GOMES#
o técnico estraga o time

Corinthians
Feliz "Centenada" corintianada
Eu nunca vou parar de rir!

“O São Paulo eliminou os Universitários de Lima e ontem o Flamengo eliminou os Analfabetos de Itaquera!”
“O Corinthians fez igual o Michael Jackson: prometeu um show, vendeu todos os ingressos e morreu em casa!”
“A Dercy Gonçalves viveu duas guerras mundiais…. viu oito papas…. viu os japoneses chegarem ao Brasil… viu o Titanic afundar… viu o homem chegar à Lua…. viu 35 presidentes da República… viu o futebol ‘nascer’… mas não viu o Corinthians campeão da Libertadores!”

Um arqueólogo encontrou uma lâmpada entre as escavações, esfregou e apareceu um gênio que disse:
- meu jovem eu sou um gênio muito velho então só posso lhe conceder um único pedido.
O arqueólogo disse:
- eu quero que minha mãe volte a viver.
O gênio respondeu:
- pedido de reencarnação é muito difícil, por favor peça outro!
O arqueólogo disse:
- está bem, quero que o corinthians seja campeão da libertadores!
Ai o gênio disse:
- qual é o nome da sua mãe mesmo?

“O Corinthians tinha um sonho. Aí veio o Ronaldo e… COMEU!”


Santos
"Mulecada" dos infernos
de vez em quando esse time tem uma sorte com garotos da base

Ferroviária
Rumo a Série A-1 2012
Aos poucos o time está voltando ao cenário nacional do futebol
Campeão da A-3: Eu acredito!

Ô dungaaaaa.......
isso é seleção que se preza
vá cata coquinho na beira da praia
Pela primeira vez na história, o brasileiro torcerá para que algum jogador de meio campo se machuque só pra que Ronaldinho ou PH Ganso seja convocado! Ah e da próxima vez leve minha avó também.

Gabriel Garcia Marquez

“É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão. O importante é aproveitar o momento e aprender a sua duração, pois a vida está nos olhos de quem sabe ver.”

terça-feira, 4 de maio de 2010

Aquarela - A vida em cores

O dia em que a letra fez sentido...

Prestem atenção na letra da música "Aquarela" do compositor Toquinho

Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo...

Corro o lápis em torno
Da mão e me dou uma luva
E se faço chover
Com dois riscos
Tenho um guarda-chuva...

Se um pinguinho de tinta
Cai num pedacinho
Azul do papel
Num instante imagino
Uma linda gaivota
A voar no céu...

Vai voando
Contornando a imensa
Curva Norte e Sul
Vou com ela
Viajando Havaí
Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela
Brando navegando
É tanto céu e mar
Num verde azul...

Entre as nuvens
Vem surgindo um lindo
Avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar...

Basta imaginar e ele está
Partindo, sereno e lindo
Se a gente quiser
Ele vai pousar...

Numa folha qualquer
Eu desenho um navio
De partida
Com alguns bons amigos
Bebendo de bem com a vida...

De uma América a outra
Eu consigo passar num segundo
Giro um simples compasso
E num círculo eu faço o mundo...

Um menino caminha
E caminhando chega no muro
E ali logo em frente
A esperar pela gente
O futuro está...

E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar...

Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos
Numa linda passarela
De uma aquarela
Que um dia enfim
Descolorirá...

Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
(Que descolorirá!)
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo
(Que descolorirá!)
Giro um simples compasso
Num círculo eu faço
O mundo
(Que descolorirá!)...


Tudo que existe ao nosso redor possui começo, meio e fim. Invariavelmente se alguma coisa começou ela terá seu fim.
Substitua a palavra aquarela da música pela palavra "vida". Gente, isso é genial! olha a metáfora por trás dessa música!
Por incrível que pareça, depois de tanto escutá-la, hoje ela fez sentido. Que forma elegante de mostrar vida e morte sem mencionar essas palavras.
Para ter morte precisa ter vida; para ter vida é necessário ter morte! Um dia a vida descolorirá!
Querendo ou não na música a gente se imagina Deus, a gente "brinca" de Deus.